Empresas familiares são responsáveis por grande parte da geração de riqueza no Brasil e no mundo. Ainda assim, enfrentam uma estatística preocupante: cerca de 70% das sucessões empresariais fracassam até a segunda geração, e menos de 15% chegam à terceira.
Ao contrário do que muitos imaginam, o problema raramente está em decisões financeiras ou crises econômicas. Estudos internacionais mostram que o fracasso sucessório é, majoritariamente, resultado de falhas humanas, ausência de governança e falta de preparo da próxima geração.
De onde vem o dado dos “70%”?
O número tem origem em um estudo conduzido pelo The Williams Group, que analisou mais de 3.250 famílias empresárias ao longo de duas décadas. A principal conclusão foi clara: em aproximadamente 70% dos casos de fracasso sucessório, a causa não está na gestão financeira, mas em fatores humanos e relacionais.
Esse padrão é reforçado por pesquisas da Harvard Business School, além de levantamentos globais da PwC, EY e do Family Firm Institute (FFI), que apontam riscos semelhantes em empresas familiares ao redor do mundo.
As três causas reais do fracasso sucessório
1. Falhas de comunicação e conflitos não tratados
Segundo o Williams Group, cerca de 60% dos fracassos sucessórios estão ligados a problemas de comunicação familiar. Conflitos históricos não resolvidos, ausência de diálogo estruturado e decisões emocionais acabam sendo transferidos para a gestão da empresa.
Pesquisas do Family Firm Institute mostram que famílias sem fóruns formais de diálogo tendem a tomar decisões fragmentadas, elevando o risco de ruptura justamente nos momentos de transição.
2. Herdeiros despreparados para liderar
Estudos da Harvard Business School e da PwC indicam que a falta de preparo da próxima geração responde por aproximadamente 25% dos fracassos sucessórios. O problema não está apenas em competência técnica, mas na ausência de legitimidade, vivência empresarial e formação gradual para a liderança.
A PwC aponta que menos de 35% das empresas familiares possuem um plano formal de desenvolvimento de herdeiros, o que amplia significativamente os riscos na sucessão.
3. Ausência de governança e planejamento sucessório
A terceira causa está relacionada à falta de estruturas formais. Dados da EY Family Enterprise Barometer mostram que empresas familiares longevas compartilham elementos comuns, como conselho de família, regras societárias claras e planejamento sucessório documentado.
Quando essas estruturas não existem, a sucessão tende a ocorrer de forma improvisada, geralmente após eventos críticos, como falecimento, doença ou conflitos graves.
O que as famílias que dão certo fazem diferente?
- Governança familiar formal e contínua
- Planejamento sucessório iniciado com antecedência
- Formação técnica e emocional dos herdeiros
- Estrutura societária e patrimonial adequada
- Separação clara entre família, gestão e patrimônio
Conclusão
O dado de que 70% das sucessões fracassam não é um alerta sobre investimentos ruins ou conjuntura econômica. Ele aponta para a ausência de método, diálogo e governança.
Empresas familiares que constroem longevidade entendem que sucessão não é um evento pontual, mas um processo estruturado de transferência de liderança, responsabilidade e visão de longo prazo.
Leitura complementar: Os Fundamentos da Sucessão Empresarial
Diagnóstico sucessório não é teoria — é método
A maioria das famílias empresárias sabe que sucessão é um tema crítico, mas poucas conseguem transformar essa consciência em ação estruturada. O problema não está na falta de informação, e sim na ausência de um diagnóstico claro dos riscos reais que cercam a família, a empresa e o patrimônio.
O material complementar deste artigo foi desenvolvido para ajudar você a identificar, de forma objetiva, onde estão os principais pontos de vulnerabilidade do seu processo sucessório — antes que eles se tornem conflitos, rupturas ou perda de valor.
👉 Baixe o material complementar e tenha acesso a um checklist prático para avaliar:
- O nível de maturidade da governança familiar
- O grau de preparo da próxima geração
- Os riscos ocultos na estrutura societária
- A clareza das regras de sucessão e tomada de decisão
Planejar a sucessão não é antecipar problemas.
É garantir continuidade com método, clareza e visão de longo prazo.




